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Jornalista do Tecnoblog fala sobre segurança tecnológica na profissão

Membro do time de jornalistas do blog sobre tecnologia fundado em 2005, o Tecnoblog, Pedro Knoth tem como paixão investigar assuntos relacionados a tecnologia, economia, empreendedorismo e política. Formado durante a pandemia da Covid-19 pela Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP), estagiou como assessor de comunicação em grandes empresas brasileiras e multinacionais na agência de comunicação multiplataforma, NOVAPR. Também foi parte do time de verificação no Projeto Comprova, iniciativa criada por veículos de imprensa para checar informações durante as eleições de 2018.


Ainda em seu trabalho de conclusão de curso, abordou o estudo sobre as redes de desinformação e conteúdos falsos e combate de redes sociais e empresas de tecnologia à desinformação. O interesse em tecnologia também se alinha ao seu gosto por jornalismo investigativo. É aluno de pós-graduação em Jornalismo pelo Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP), de Brasília. Recentemente escreveu sobre o Caso Pegasus, o software usado para espionagem virtual de figuras políticas, ativistas e jornalistas. Pedro é o convidado de hoje do "Fala, Jornalista!", série de entrevistas com grandes nomes do jornalismo para falar daquilo que amam: o jornalismo.



Como decidiu trabalhar com o jornalismo?

O Jornalismo é uma profissão comprometida principalmente com a cidadania. Ter uma imprensa que colabora para munir o brasileiro que enfrenta difíceis tarefas no dia a dia sempre foi meu sonho. Escrever, narrar, apresentar: sempre quis comunicar a verdade daqueles que tentam escondê-la, não importa o meio.


E porque decidiu falar sobre assuntos relacionados à tecnologia, economia, empreendedorismo e política?

Eu adoro política. Sempre quis cobrir o assunto, porque creio que todo cidadão é um político nas decisões que toma no dia a dia. É a pura função de accountability do Jornalismo. Tecnologia e economia foram gostos que eu fui adquirindo conforme o tempo. É impossível entender nosso mundo sem compreender ambos: eu aprendi que quanto mais saber sobre os dois, melhor.


"Apesar do jornalismo estar passando por transformações, tudo que se destrói acaba sendo substituído".


Como o jornalismo ajudou a mudar sua visão de mundo?

O Jornalismo me deixou muito mais atento e com faro de investigar, de ir até o fundo. Curiosidade pode transformar simples acontecimentos em redes mais complexas — outro aprendizado do Jornalismo. Com o atual quadro social e político, qual conselho você daria para os estudantes de jornalismo?

Escreva. Muito. De forma constante e consistente. Ler é bem importante, mas escrever é a alma do negócio. Na TV, rádio, impresso ou escrito. Apesar do jornalismo estar passando por transformações, tudo que se destrói acaba sendo substituído. Existe muito espaço para inovação e uma nova geração de repórteres.


E para as faculdades de jornalismo? Qual conselho daria?

Investir em tecnologia e programação. Ensinar jornalistas a visualizarem dados e procurarem bases de dados públicas. Afinal, ninguém nasce com fontes.


O jornalismo fortalece a democracia?

Jornalismo e democracia são pleonasmos. Sem um, não existe o outro. E quando um está bem na fita, o outro sai bem na foto.


Como o Casos Pegasus pode afetar o jornalismo e seus profissionais?

Pegasus é uma emblemática ferramenta que explora vulnerabilidades em aplicativos, como apps do iPhone. Ele, contudo, é vendido legalmente a governos. Nada do Pegasus é contra a lei — e isso é o que mais me assusta. O New York Times, maior jornal do mundo, tem uma especialista em segurança cibernética que aconselha times de reportagem. Em breve, acho que toda redação terá um consultor de segurança. Se é que os próprios jornalistas não se tornarão especialistas em proteção de dados.


O melhor da profissão:

Investigar.


O pior da profissão:

Horário de fechamento.


Ídolos no jornalismo:

Caco Barcellos e Ruy Castro.


Sua melhor reportagem:

Uma exclusiva sobre uma decisão do STF que manteve multa de R$ 800 mil ao Facebook.


O que não pode faltar na mochila do jornalista:

Um computador pessoal.


O melhor amigo do jornalista é...

O primeiro chefe a gente mantém sempre muito perto.


O jornalismo vai acabar?

Não. Nunca


O jornalismo é importante?

Sempre foi e continuará assim.


Lugar de jornalista é...

Aqueles que as pessoas não querem que jornalistas frequentem.


Se não fosse jornalista, seria...

Economista.


Qual recado para os futuros jornalistas?

O mercado está mudando, e jovens repórteres tem bastante chances de entrarem em redações. Escrevam muito e boa sorte!


Foto: Pedro Knoth



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