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Uma sociedade bem informada tem menos chance de ser manipulada, afirma Lenise Klenk

Jornalista com mais de duas décadas de experiência, Lenise Klenk é uma das vozes mais conhecidas do noticiário radiofônico de Curitiba. Formada em jornalismo pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) e atual repórter da Band News FM, Lenise já atuou em vários veículos da capital, passando do impresso até o digital. Bem Paraná (à época Jornal do Estado), Gazeta do Povo e Rádio CBN estão entre os principais jornais que marcam o currículo da jornalista.

Como assessora de imprensa, Lenise esteve à frente da comunicação de importantes órgãos públicos e autarquias, como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), seção Paraná, e o Instituto Tecnológico Lactec. Nos últimos anos, como professora universitária, vem ultrapassando os limites das ondas do rádio para trocar experiências com futuros jornalistas. Lenise Klenk é a personalidade do jornalismo que participa nesta semana do Fala, Jornalista!, série de entrevistas publicada quinzenalmente aqui no Portal Mediação.

Por que o jornalismo?

Porque eu tinha certeza de que deveria optar por um curso na área de humanas. Por ser uma das profissões que eu conhecia mais de perto (uma das minhas irmãs já era jornalista quando fiz o vestibular), e também porque me aproximava da escrita, que eu julgava fazer bem.

Antes e depois do jornalismo: como a profissão te transformou?

O jornalismo sem dúvida abriu um enorme leque de oportunidades de conhecimento, contato com pessoas, lugares e situações dos quais eu provavelmente não me aproximaria de outra forma. O jornalismo me fez mais crítica, mais desconfiada e com o tempo, exigiu que eu desenvolvesse a capacidade de ouvir o outro.

"Uma sociedade bem informada

tem menos chances de

ser manipulada ou oprimida".

Qual o conselho você daria a um estudante de jornalismo?

Leiam tudo o que podem e o que não podem. Façam da busca por informação um costume e uma tábua de salvação. Livrem-se de pudor, resistência ou preconceito para que consigam dar atenção igual a todo tipo de informação, dado, fato ou fonte. Aproveitem a vida acadêmica para transformar a graduação não apenas em um ambiente de aquisição de conhecimento técnico, mas também de abertura dos horizontes, de experiências e convívio - quanto mais diversidade, melhor. E sobretudo, pratiquem a humildade. Agora é época de aprender, mas será sempre e eternamente época de aprender.

Qual o desafio das faculdades de jornalismo hoje?

Acredito que um dos desafios das faculdades é o de preparar jovens para uma profissão em franca transformação, com características que ainda não conhecemos integralmente. Ao mesmo tempo, oferecer uma formação que ultrapasse os limites da técnica e ajuda a preparar seres humanos versáteis e conscientes.

O melhor da profissão:

Entrevistar e ir ao encontro de conhecimento.

O pior da profissão:

O risco de sermos manipulados ou ignorados por fontes.

Quem são os teus ídolos no jornalismo?

Gosto bastante de Elio Gaspari e Eliane Brum.

Qual a melhor reportagem?

A que é fiel à informação, que nos apresenta algo de que não tínhamos conhecimento e prende nossa atenção como um bom livro.

"Agora é época de aprender,

mas será sempre e

eternamente época de aprender".

O que não pode faltar na mochila de um jornalista?

Papel, caneta, um celular com uma bela agenda (matéria prima das mais importantes) e muita disposição. A mochila vai ficando cheia de memórias e referências com o passar do tempo. E é essa vivência que vai lapidando o jornalista.

O melhor amigo do jornalista é…

Em sentido figurado, a informação. Se ela puder chegar em primeira mão, melhor. Mas o melhor amigo de verdade é qualquer bom amigo, desde que ele não seja sua fonte.

O jornalismo vai acabar?

Não acredito. Acho que o jornalismo vai se reinventar, ser praticado a partir de outras rotinas e novas linguagens. Mas o bom jornalismo nunca perdeu e não vai perder a sua essência, que é o compromisso com a informação.

Por que o jornalismo importa?

Porque uma sociedade bem informada tem menos chances de ser manipulada ou oprimida.

Lugar de jornalista é…

Na rua. Onde a informação estiver.

Se não fosse jornalista seria…

Jardineira.

Um recado para os futuros jornalistas:

Sejam curiosos (as) e tenham em mente que vocês não dão um passo sem uma fonte de informação. Por isso, sejam gentis, humildes, mas firmes. Perguntem, perguntem e perguntem. Não levem dúvidas de volta para a redação, mesmo que às vezes possa ser um tanto que constrangedor perguntar novamente. Evitem intimidade com fontes.

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