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Procura-se ouro líquido

Saiba mais sobre os bancos de leite humano, iniciativa que vem salvando vidas de muitos bebês recém-nascidos.

No Brasil existem mais de 200 bancos de leite humano. Foto: Nicole Vieira

“O consumo exclusivo de leite materno protege o bebê contra infecções, diarreias e gripes, ainda mais no caso dos prematuros.” Quem diz isso é a pediatra Fátima Maltoni, da UTI Neonatal de São Lourenço-MG. Ela também coordena o posto de coleta de leite humano da cidade, onde mães que amamentam doam o leite em excesso para os prematuros do hospital. Fundado em 2012, o posto recebe doações semanais de cerca de 50 mulheres e consegue oferecer leite materno para muitos bebês prematuros.

A Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano (rBLH-BR), criada em 1998, pelo Ministério da Saúde e pela FioCruz, é premiada pela Organização Mundial da Saúde (OMS). É considerada uma das ações que mais contribuíram para a redução da mortalidade infantil no Brasil, que em 10 anos, caiu cerca de 70%.

No Brasil, atualmente, existem mais de 200 bancos de leite distribuídos pelo país, e cerca de 150 postos de coleta de leite humano. A diferença entre os dois é que, enquanto o banco de leite examina, avalia e pasteuriza o leite, tornando-o consumível para os bebês, o posto de coleta apenas recebe as doações de leite. Por isso, toda semana o leite doado em São Lourenço é enviado para o banco de leite mais próximo, em Varginha, para ser pasteurizado e, então, reenviado ao hospital. Calcula-se que cada litro de leite doado alimenta cerca de 10 bebês por dia.

Lorena Machado (27) é mãe de Dante, de um ano e 2 meses, e é doadora em São Lourenço. Ela conta que começou a doar leite por incentivo da família: “O meu pai trabalhou numa emergência obstétrica em Niterói, quando a minha mãe estava grávida de mim. Então ele via muitos bebês nascendo pequenos, bebês prematuros que precisavam muito do leite do peito. Viu o quanto que é difícil conseguir. Então ele sempre salientou o quanto isso era importante. E aí, por conta desse incentivo durante a minha gravidez, assim que o Dante nasceu, eu me informei no hospital.”


Para ela, doar leite foi algo muito recompensador: “O processo de estar doando vida, de ver a minha maternidade acontecendo na vida de outras crianças foi uma grande conquista pra mim.”

Lorena e Dante. Foto: Nicole Vieira

Para doar, mãe e bebê passam por uma consulta que avalia o ganho de peso e desenvolvimento do bebê e diz se a mãe está apta para doar. Infelizmente, o leite doado na cidade ainda não é suficiente para alimentar todos os bebês internados, sendo usadas, então, as fórmulas infantis.

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