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Metaverso traz consequências para a saúde mental

Atualizado: 26 de jan. de 2023



O desenvolvimento de novas tecnologias modifica nossa forma de se relacionar com outras pessoas. Não apenas isso, transformam também nossa economia. Com o metaverso - mundo virtual que tenta aplicar nossa versão da realidade - não é diferente.


A ascensão do metaverso fez com que a empresa Facebook, fundada por Mark Zuckerberg em 2004 e considerada uma das mais valiosas do mundo, mudasse de nome para Meta Platforms. A empresa engloba os softwares Facebook, WhatsApp, Instagram e Messenger e conta com dois bilhões de usuários ativos.


No entanto, questões de segurança e privacidade dos usuários das plataformas preocupam. Em 2021, a ex-funcionária do Facebook Frances Haugen trouxe à tona denúncias sobre o tema. Os registros divulgados pela engenheira mostravam algoritmos na ferramenta para a maximização de tempo de uso e consumo do aplicativo, fatores que empiricamente revelam-se prejudiciais e estimuladores de vícios entre os usuários. A motivação, segundo Haugen, era somente financeira.


O uso tecnológico excessivo, sem limitações, pode trazer prejuízos. A dúvida que nos rodeia é: os usuários estão preparados para essa nova e grande experiência imersiva do metaverso?


Giuseppe Riva é pesquisador chefe do laboratório de tecnologia aplicada à neuropsicologia e aborda os potenciais benefícios da realidade aumentada para a saúde mental e emocional. No seu artigo Virtual reality in psychotherapy (Realidade virtual em psicoterapia, em tradução livre), ele aborda as potencialidades da tecnologia no tratamento de qualquer forma de ansiedade, deste simples fobias até transtorno de estresse pós-traumático.


Outro pesquisador, Phil Reed D. Phil, traz os efeitos nocivos para o debate. Em seu artigo publicado na revista Psychology Today, ele aborda como as interações virtuais feitas no metaverso podem afetar de forma prejudicial nossa saúde mental, com seu uso sem limitações. Os dados da pesquisa apontam que o uso excessivo da tecnologia digital está associado a muitos problemas de saúde mental, como sintomas somáticos (6%), depressão (4%), psicoticismo (0,5%), ideação paranóide (0,5%) e doença mental grave (2%). Há ainda pessoas com casos clínicos comprovados que possuíam delírios quanto ao uso do Facebook.


O uso massivo do metaverso pode gerar vícios, um deslocamento, uma fuga para as pessoas de forma breve e podre da realidade. Se o seu uso excessivo pode gerar consequências prejudiciais à saúde, é necessário que empresas como a Meta arquem com medidas de responsabilidade e moralidade.



Texto produzido por Eduarda Rocha Souza da Silva para a coluna de opinião do projeto Marco Zero - Edição 71.


Imagem: Pixabay



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