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Livro-reportagem aborda representatividade da comunidade trans no Brasil



No segundo episódio do programa Pesquisa Aí!, a jornalista Poliana Almeida falou sobre a pesquisa "Vozes da representatividade - um livro-reportagem sobre a comunidade trans no Brasil", que desenvolveu em seu trabalho de conclusão de curso na Uninter.


No livro produzido em decorrência da pesquisa, Almeida apresenta uma justificativa de mulher cis-gênero. Ela explica que achou necessário trazer este apontamento, pois "não tem como a gente começar a tratar de temas dessa magnitude sem antes contextualizar de onde nós estamos falando, qual é o meu lugar de fala".


Para a discussão teórica, Almeida diz que se apoiou principalmente em Judith Butler, pois ela trabalha com questões como gênero e sexualidade, o que a ajudou a entender como funciona o processo até chegar na transgenereidade. Mas também por ser uma mulher lésbica, pois tem um olhar diferente de uma pessoa trans. Além de Butler, outra autora importante para sua pesquisa foi Letícia Lanz, que "trouxe um aparato muito grande do que é a vivência de uma pessoa trans na terceira idade, que era outro recorte importante", afirma.


A professora Máira ressaltou a importância de uma série de pesquisadores e pesquisadoras trans que estão ocupando a academia, deixando de ser o objeto e passando a ser o sujeito da pesquisa, e atuando na produção do conhecimento sobre sua própria existência.


Outra questão abordada foi o uso do termo 'travesti', que normalmente é usado de forma pejorativa. Almeida lembra que 60,2% das vezes este termo apareceu em editoria policial e explica que "esse movimento de abraçar o termo 'travesti' pelas pessoas trans não foi visto dentro do jornalismo, porque ele ainda continua sendo usado como termo pejorativo. Agora, 'transexual' não teve nenhuma notícia desrespeitosa. Pelo contrário, sempre foram notícias que elevaram a pessoa trans".


A professora Máira pontua que o termo é associado à ideia de enganar, "e aí remete a essa hierarquização de que pessoas trans, de homens trans ou mulheres trans não são de verdade. Não são homens de verdade, não são mulheres de verdade", explica. Neste sentido, ressalta que "a formação para o jornalismo vai partir da ética, da dignidade humana, dos direitos humanos. Então, é pressuposto da atividade jornalística ter uma postura ética, que respeite a questão dos direitos humanos".


Assista ao programa completo:



Pesquisa aí!


Em sua primeira temporada o Pesquisa Aí! busca aproximar o campo de pesquisa com a sociedade debatendo questões de gênero e diversidade. O programa acontece toda segunda-feira, às 18h, com transmissão da Rádio Uninter.

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