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Jornalistas e professores comentam sobre os desafios éticos na pandemia



A junção de desinformação, fake news e pandemia gerou um cenário caótico no último ano. O papel do jornalista em meio a um mar de desinformação e polarização é sempre tema central em mesas de debate.


Não à toa, o Sindicato dos Jornalistas do Paraná (Sindijor-PR), colocou em pauta a relação da ética jornalística e pandemia. Quais as alternativas para a polarização e desinformação?


Mediados por Lenise Aubrift Klenk, os jornalistas Patrícia Campos Mello, Rogério Christofoletti e Mauri König debateram alternativas para o Jornalismo não cair em armadilhas e para estimular a pluralidade de ideias do receptor por meio das informações.


Patrícia Campos Mello, jornalista da Folha de São Paulo, falou sobre a importância do equilíbrio nas reportagens: ‘’A imparcialidade é utópica, mas a gente pelo menos tenta fazer uma reportagem equilibrada, a gente tenta diferenciar o que é opinião e o que é o factual, embora consideremos as limitações disso’’.


Rogério Christofoletti, professor do departamento de jornalismo da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), também reflete sobre a imparcialidade: “Não temos uma palavra ou um conceito que dê conta disso, mas a intenção é: de alguma maneira garantir condições para que o relato jornalístico seja equilibrado. Que ele possa, de alguma maneira, ouvir os lados envolvidos’’, e reforça: ‘’Agora nem sempre a gente pode fazer isso, porque senão a gente vai consagrar, vai dar palco para maluco dançar e vai criar equivalências falsas, equilíbrios artificiais que não contribuem e condizem com a verdade’’.


Do home office à redação


Uma das reflexões foi sobre a nova realidade dos repórteres, que hoje, após a pandemia, estão trabalhando em casa. O jornalista e professor da Uninter, Mauri König falou sobre a importância das redações físicas: ''Há perdas no caminho, o isolacionismo dos repórteres também implicam em muitas questões. Perdas de reflexões éticas que se dá no ambiente de uma redação''.


Notícia ou estímulo à desinformação?


Patrícia ressalta que é necessário deixar bem claro que há coisas que não são contestáveis. “A gente nunca pode confundir (ouvir) todos os lados com mentira e verdade’’, diz. ‘’Ciência, por exemplo, não tem dois lados’’, reforça.

Christofoletti cita um dos mecanismos para a cobertura jornalística para manter a cobertura sem dar visibilidade a desinformações: ‘’O jornalista precisa continuar a apurar. Lembra. O Jornalismo é a disciplina da verificação’’.


Ainda no debate, König ressalta a importância do Jornalismo. “A pandemia tem mostrado muita coisa para a gente. Primeiro (ponto positivo) ela vem mostrando como o Jornalismo é importante para a sociedade. Diante desse oceano de desinformações’’. Na fala, ele ainda comenta sobre como a informação é importante para a sociedade: ‘’Vem o jornalismo mostrar o quão importante é a informação. A informação é tão valiosa quanto uma vacina, no momento que a gente está. Uma boa informação pode orientar as pessoas em como agir’’.


Para conferir o debate completo clique aqui.


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