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Suicídio e ética na mídia é tema de debate

O evento Suicídio e a Cobertura da Mídia marca início de novo quadrimestre​

Mesa de debate com Marcelo Heyde, Silvia Valim e Mauri König / Crédito: Aliana Machado

Tratar casos de suicídio na mídia geralmente é considerado um tabu. Pensando nisso o Sindicato do Jornalistas Profissionais do Paraná (SindijorPR), em conjunto com o curso de Jornalismo Uninter, realizou um debate com os alunos sobre o assunto. O evento que ocorreu nessa segunda feira (29), à noite, no auditório do Tiradentes, abordou temas como o jogo "Baleia Azul" e a série americana "13 Reasons Why". A atividade que marca início do novo quadrimestre em jornalismo, contou com a participação do psiquiatra Marcelo Heyde, vice-presidente da Associação de Psiquiatria do Paraná e do jornalista e professor de ética Mauri König.

Marcelo Heyde falou sobre a diferença de tipos de suicídios como o efeito Werther e o efeito Papageno. O primeiro caso refere-se a suicídios influenciados por personalidades reconhecidas publicamente. O segundo diz respeito à divulgação de informações que contribuem para a prevenção do suicídio. Ele pontuou como a mídia deve retratar esse tipo de acontecimento: ser o mais cuidadoso possível, dar o mínimo de detalhes que conseguir e também evitar expor métodos, fotografias e vídeos.

Durante a apresentação, Heyde também desmistificou alguns dogmas. Dentre eles, 90% dos suicidas tem um diagnóstico psiquiátrico, ou seja, tratáveis, e que 90% das pessoas avisam de alguma forma que querem tirar a própria vida.

13 Reasons Why

Em relação a série, o psiquiatra fez um levantamento dos pontos positivos e negativos como a abordagem do bullyng, o impacto do suicídio na família e todos que estão ao redor. Porém, ele avalia como problemático a cena que mostra o método de suicídio. "Pode servir como um tutorial para quem tem os mesmos planos que a adolescente", diz.

Já Mauri König aponta uma série de razões para não se publicar matérias sobre suicídio, porém, defende que em alguns casos não há como deixar de noticiar, como a morte de pessoas famosas. "O importante é dar menos detalhes possíveis pois as pessoas podem querer se espelhar na morte de seus astros queridos, como foi o caso de Marilyn Monroe".

O jornalista disse que se a imprensa não estivesse debatendo hoje o suicídio, o problema poderia ser ainda maior. "Neste caso os jornalistas estão fazendo um papel social pelos jovens", finaliza.

Serviço

Existe um serviço de apoio para pessoas que estão com pensamentos suicidas ou que conhecem alguém com esse tipo de problema. Um deles é o Centro de Valorização à Vida (CVV). O serviço pode ser acessado pelo telefone 141 e funciona 24h por dia.

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