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Um novo olhar sobre Robinson Crusoé

Atualizado: 24 de jul. de 2023

Autor: Juliano Moreira - especial para a CNU

O Festival Olhar de Cinema exibiu uma releitura das histórias de Robinson Crusoé, um clássico da literatura do século XVIII escrito pelo inglês Daniel Defoe. Um dos títulos mais famosos da literatura, a obra já passou por diversas releituras, com filmes em diversos idiomas e até longa-metragem de animação.


Na adaptação “A vida e as estranhas e surpreendentes aventuras de Robinson Crusoé, que viveu vinte e oito anos sozinho em uma ilha e disse que era dele”, o diretor Benjamin Deboosere, natural de Bruxelas, na Bélgica, trouxe o toque sócio-político, por meio de uma abordagem lúdica que caracteriza seus filmes já exibidos em diversos festivais internacionais de cinema. Com duração de 75 minutos, este é o primeiro longa-metragem do diretor e foi selecionado para a mostra competitiva internacional do festival. As exibições ocorreram nos dias 16 e 17 de junho, no Cineplex, Shopping Novo Batel, em Curitiba.


Nesta releitura, os diálogos são pontuais. Há também outras diferenças, como a protagonista mulher e a participação de atores negros. A trilha sonora também dá ao público a sensação de estar ali naquela ilha onde Crusoé permanece por um pouco mais de 28 anos.


A trama remonta a uma história muito antiga, de mais de 300 anos atrás. Nessa época, ainda antes da Revolução Industrial, os navios europeus partiam rumo a novos horizontes em todas as partes do mundo. No período que se estende de 1714 até 1726, houve a intensificação da migração de pessoas, assim como a explosão da pirataria.


O filme apresenta alguns dos anseios da época, desde o medo de um navegador em ter sua embarcação naufragada, até o deslumbre de descobrir um local para chamar de seu. Lá estamos nós em uma época sem tecnologias e sem eletricidade. E o que leva um jovem de uma família nobre inglesa a se aventurar nos mares?


Durante os 28 anos ilhado, são tratadas as descobertas humanas e a capacidade de isolamento completo da civilização. Afinal, Crusoé buscava a paz ou um portal para a loucura? Teriam sido delírios as suas vivências na ilha?


Nesse cenário, a obra apresenta o embate entre a visão do colonizador, que ao chegar na ilha a pensa que tudo o pertence; a figura dos animais, daqueles considerados selvagens, e toda a questão de sobrevivência. Entre o público, o filme produziu percepções variadas, cada pessoa teve uma definição peculiar, também permeada pelo conhecimento prévio da história de Robinson Crusoé, e agora desafiada pela visão do diretor.


Para quem já conhecia a história, a releitura trouxe algumas surpresas. “Esperava que o longa abordasse mais o naufrágio”, relata a estudante Fernanda de Souza, que foi incentivada a assistir ao filme por colegas. Por outro lado, o filme despertou a curiosidade de quem não conhecia a obra original . A estudante Agatha Wiggers gostou da criação e afirma que “irá pesquisar o original para ter um melhor entendimento”.


O Olhar de Cinema 2023 contou com o patrocínio da Uninter. A Central de Notícias Uninter (CNU) fez a cobertura completa do evento.

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