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Sempre existem histórias para serem passadas de "geração em geração"


Crédito: Pixabay

Certas crenças limitantes são coisas que os mais velhos costumam carregar, e que, por sua vez, são repassadas de geração em geração. Mas chega um momento em que alguém resolve questionar essas histórias.

Minha tia avó, sempre que visitava Antonina, ia até o cemitério. Ela falava para a minha avó que a esperasse no portão. Pois ela levaria moedinhas ao Barão de Antonina. Hoje faz cinco anos que essa minha tia avó morreu. E minha vó, no ano passado, passou pelo mesmo cemitério para repetir o gesto da falecida.

Mesmo sem saber onde o túmulo ficava, ela andou por tudo – o cemitério não chega a ser mais comprido do que a Avenida Luiz Xavier (a menor avenida de Curitiba). Mas ao constatar que nenhum dos mausoléus pertencia ao Barão de Antonina, ela voltou para casa incomodada.

A internet, esse grandioso acervo para pesquisas sobre os componentes de um creme para os cabelos, ou ainda para desmentir mitos como “comer manga com leite, pode levar a óbito”, às vezes também serve para desfazer sonhos.

Depois de uma pesquisa rápida no Google, descobrimos que o tal Barão de Antonina realmente existiu, mas não viveu e nem foi enterrado na cidade paranaense. Ele lutou pela emancipação do estado, e até foi senador. Mas viveu e morreu em São Paulo.

Minha tia avó, em algum lugar do paraíso, deve estar magoada ao descobrir isto. Minha avó ficou mais triste ainda e me disse: "O Google nos deixa tristes. Por que você foi pesquisar isso? Preferia ficar sem saber."

Outro exemplo dessas crenças de antiga geração é a relação da minha avó com os seus anéis. Sempre que brinco com sua mão, tiro os anéis de prata e ouro, que ela possui. Quando retiro o anel de ouro da mão esquerda, ela sempre reclama e começa um pequeno combate na tentativa de pegá-lo de volta. Enquanto que aos anéis de prata, ela nem dá a mínima.

Questiono o porquê disso, e ela sempre responde: "Não pode tirar este do meu dedo". Brinco novamente até que ela fala: "Não pode colocar a aliança no dedo, senão não casa". A resposta fica martelando em minha cabeça e eu vasculho a internet inteira, mas não encontro algo que fale sobre essa relação de "aliança no dedo = sem casamento".

Por via das dúvidas, prefiro não discutir com os mais sábios. E me lembro que, afinal, não são só eles que têm algumas crenças malucas. O famoso “dinheiro traz felicidade”, ou “a sociedade só vai aceitar se você seguir este padrão”, estão entre as novas crendices alimentadas pelos jovens. Mas e você? Qual a sua crença limitante?

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