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Katieli Garcia Kohls

Rio Grande do Sul tem o maior índice de mortes por doenças mentais e comportamentais

Os distúrbios que afetam principalmente os homens, já causaram mais de 2.500 óbitos entre os três estados da região Sul do Brasil


De acordo com a estimativa da OMS, até 2020 a depressão deve atingir 350 milhões de pessoas. (Créditos: Pixabay)


Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 700 milhões de pessoas sofrem com transtornos mentais e comportamentais no mundo. Sendo definidos como doenças mentais e comportamentais a depressão, ansiedade, transtorno bipolar, esquizofrenia, entre outras. No topo das implicações mais recorrentes estão a depressão e a ansiedade. Esses transtornos são caracterizados por uma combinação de pensamentos, percepções, emoções e comportamentos anormais, que também podem afetar as relações com outras pessoas.


No Brasil, segundo dados do DataSUS, o Sul é a região com o maior índice de mortes decorrentes de transtornos mentais e comportamentais. Entre janeiro de 2008 a julho de 2020, foram registrados 2.639 óbitos. Sendo o Rio Grande do Sul, o Estado com maior incidência de mortes por essas disfunções.


Ainda de acordo com os dados do DataSUS, os homens são as maiores vítimas dos transtornos mentais e comportamentais na região Sul do país, representando cerca de 70% do número total de óbitos. A maior taxa de mortalidade do período levantado é entre a faixa etária de 50 a 59 anos, representado 682 mortes.


A psicóloga especialista em terapias cognitivas e psicologia positiva, Luciane Trojahn, destaca que os fatores de risco para o desenvolvimento de transtornos mentais e comportamentais podem estar relacionados a idade. Com algumas doenças tendo início na infância e adolescência e primeiros anos da vida adulta, como a esquizofrenia. Enquanto outras doenças são típicas do envelhecimento, como o Alzheimer, e outras ainda, como a depressão, que podem ocorrer em qualquer fase da vida.


Segundo Trojahn, "a prevalência das doenças e perturbações mentais na globalidade não difere significativamente em função do sexo, mas as perturbações mentais e comportamentais específicas podem encontrar risco acrescido, como a depressão e a ansiedade, que são mais comuns entre as mulheres, enquanto as perturbações associadas ao uso de substâncias psicoativas e transtornos de personalidade antissocial são mais frequentes no sexo masculino", explica a psicóloga.


O ambiente familiar também está intimamente associado ao prognóstico desses transtornos. Para a psicóloga, os fatos enfrentados ao longo da vida como o luto, o divórcio, o desemprego ou fracasso nos negócios, influencia a ocorrência e a evolução de perturbações mentais e comportamentais. “Alguns estudos têm evidenciado que a ocorrência desses eventos tem precedido, por vezes, de forma quase imediata, o início dos distúrbios mentais”, conta ela.


Trojahn destaca ainda que para superar os transtornos são necessários reconhecer as habilidades que cada um tem. Visto que os seres humanos são únicos e com manejos próprios, os que os diferenciam dos demais pelas competências comuns em cada pessoa. “Precisamos ter cuidado para não legitimar nos dias atuais modelos ainda presentes nas relações da Era Industrial, onde era pontuado o erro, a falha, a cobrança. Precisamos que o fortalecimento e crescimento emocional seja presença constante na nossa existência ”, finaliza.


Psicóloga Luciane Trojahn, especialista em terapias cognitivas e psicologia positiva. (Créditos: Arquivo Pessoal)


Pet terapia para superar o Transtorno da Ansiedade


A professora Catiusa Dallanora, 32 anos, descobriu o Transtorno de Ansiedade há cinco anos. Na busca por tratamentos alternativos para superar o transtorno, a professora encontrou a pet terapia. Tratamento que a ajuda a manter o equilíbrio e o foco no dia a dia sem precisar tomar medicamentos controlados.


Além de contar com o apoio da família e amigos, Dallanora destaca que a pet terapia a motiva a seguir em frente. Tendo seis espécies de animais, a professora destaca que a troca de carinho é recíproca. “Foi uma maneira que encontrei de estar envolvida com algo que eu realmente gostasse e sem estar preocupada com quando seria a próxima crise, ou a próxima internação no hospital. A partir disso, eu fui diminuindo os remédios e até mesmo trocando por fitoterápicos”, conta ela.


A professora incentiva quem sofre do mesmo problema, pois para ela é preciso não se entregar, ser forte, persistente e não se cobrar tanto. “Não é nossa culpa de termos isso. Muito pelo contrário, lutamos muito para ter uma vida normal diante desse pesadelo”, confessa. Dallanora salienta ainda que é preciso estar próximo da família e de amizades verdadeiras, dos animais e da natureza, fazer atividades físicas e manter uma boa alimentação.


A professora com alguns dos seus animais que a ajudam na terapia. (Créditos: Katieli Garcia Kohls)

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