Olhar Retrospectivo: lembranças dolorosas de um passado

Característica por trazer grandes nomes do cinema mundial, a mostra ‘’Olhares Retrospectivos’’ dessa vez tem um tema em comum que conecta todos os filmes desta sessão: a ditadura militar. Os filmes de Raúl Ruiz, homenageado nesta edição, foram produzidos na época em que o Chile enfrentou a dura realidade do Golpe de 1973 que durou até 1990. Esse mesmo período coincide com a ditadura civil-militar que ocorreu no Brasil (1964-1985) e serão exibidos 10 filmes sobre.

(Fonte: Gemini Films, via Photofest)

Nascido em 25 de julho de 1941, Raúl Ruiz foi um cineasta chileno considerado um dos maiores, senão o maior, nomes do cinema chileno. Ele se exilou na França no período do Golpe de Estado no Chile em 1973. Ruiz dirigiu mais de 200 obras cinematográficas e neles explorou diversos suportes técnicos e diferentes formatos narrativos. Ganhou, em 1986, o prêmio de Melhor Cineasta do Ano, concedido pelo Festival de Paris. Em 1997, lhe foi concedido pelo governo chileno o Prêmio Nacional de Artes de Representação e Audiovisuais. No mesmo ano, ele ganhou também um Urso de Prata no Festival de Berlim.

Com o título de ‘’Raúl Ruiz e Diálogos no Exílio’’, os debates e exibições prometem trazer uma reflexão ao público sobre a temática. O nome faz referência ao filme Diálogos dos exilados, Ruiz, seu primeiro curta-metragem que foi concluído na França após o direto se exilar na Europa.

Os oito filmes exibidos no festival e dirigidos pelo diretor homenageado são: Três tristes tigres (1968, Chile, 98min), Diálogos de exilados (1975, Chile/França, 104min), A vocação suspensa (1977, França, 95min), A hipótese do quadro roubado (1978, França, 64min), As divisões da natureza (1978, França, 31min), Dos grandes eventos e pessoas comuns (1979, França, 61min), O teto da baleia (1982, Holanda, 90min) e As três coroas do marinheiro (1983, França, 117min).

Recomenda-se estar de olho na programação do evento para encontrar as sessões dos filmes acima citados. A programação está disponível no site e também no aplicativo do festival.

Texto por Clarissa Casagrande