Show de Amanda Pacífico contagiou quem passava pela praça Rui Barbosa. Crédito: Renata Cristina/Mediação.
Os 30 anos do Festival de Teatro de Curitiba foram celebrados com a retomada do setor de maneira presencial. Depois de dois anos longe do público – 2020 quando as apresentações foram remotas e 2021 que não teve a realização do festival – o teatro voltou para os palcos e as ruas de Curitiba.
Maior festival de artes cênicas da América Latina, a edição tem peças, shows, exposições, entre outros espetáculos, que acontecem em espaços fechados e também nas calçadas da cidade. A volta do Festival contou com uma série de empresas e instituições como parceiras para sua realização, incluindo a Uninter. Quem esteve presente na Boca Maldita, no centro de Curitiba, no dia 3 de abril, por exemplo, viu uma batalha de rimas, poemas e história da violência que assola as periferias pelo Brasil contada por meio da peça ''A Bala alojada na arte''.
E a programação estende-se também para shows e pinturas espalhadas pela cidade. O show da Amanda Pacífico, na Praça Rui Barbosa no dia 3, foi outro evento que cativou o público, que dançou e cantou ao som de músicas da cantora.
O produtor e ator Michael Genofre vê com animação a volta do festival presencial. "O curitibano está correspondendo bem. Sempre teve um público muito bom em Curitiba para teatro e é um símbolo muito marcante a possibilidade de voltar para o teatro depois de dois anos praticamente com tudo fechado''.
As atividades gratuitas e em locais de fácil acesso aproximam a arte do público. "Os festivais de rua proporcionam uma forma de trazer a arte em um contexto onde realmente se vive a cidade. A gente não vive a cidade no museu ou no teatro. Infelizmente, por conta do capitalismo, do capital social, do capital cultural, não é possível que a classe trabalhadora tenha essas formas'', avalia o artista visual Wesley Almeida.
A retomada do festival também manifesta para além da arte. Para o público presente, o festival traz também o acesso a igualdade livre para todos. "Realmente são importantes as peças de rua e lembrar também que a peça é só uma pitada dessa igualdade que a gente busca. Não é só no teatro, mas sim em tudo. No trabalho, em condições'', aponta o artista visual Júnior Moreira.
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