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Imprensa livre é a garantia de um pensamento crítico, afirma Cristian Toledo

Um dos nomes do jornalismo esportivo mais conhecido no Paraná, Cristian Toledo iniciou sua carreira em 1996, na Rádio Difusora, quando ainda era aluno de jornalismo. Dois anos depois formou-se pela PUC. Desde novembro de 2014 vem se dedicando à carreira de comentarista, exercendo a função na RPC, afiliada da Rede Globo no Paraná, além de canais como SporTV e Premiere.

Como editor e comentarista da RPC, Toledo participa de programas da emissora, e realiza a cobertura dos mais diversos campeonatos, de Paranaense até Libertadores da América. Com vasta experiência no esporte, o jornalista, que também é coordenador de esporte do jornal Tribuna do Paraná, tem passagem por várias rádios, TVs, jornais e portais de comunicação.

Cristian Toledo é a primeira personalidade do jornalismo esportivo da série "Fala, Jornalista!". Publicadas quinzenalmente no portal da Agência Mediação, as entrevistas contam com grandes nomes do jornalismo paranaense como Amanda Audi, Fernando Parracho e Wilson Soler. Confira abaixo a entrevista.

Por que o jornalismo?

Porque era um sonho de criança. Desde as primeiras memórias (e até antes delas, nas memórias da família), o meu interesse era em esporte. Li aos três anos por causa de Fórmula 1, escrevi aos quatro por causa do Zico. E sempre quis ser jornalista, e nunca ser atleta.

Antes e depois do jornalismo: como a profissão te transformou?

Certamente sou uma pessoa menos tímida do que era antes, e também certamente sou uma pessoa bem mais conhecida. São duas situações definidoras da minha vida. Mas viver o jornalismo me fez gostar ainda mais do ofício, apesar de tudo.

Qual o conselho você daria ao Cristian Toledo estudante de jornalismo?

Que não desistisse do seu sonho. Não posso reclamar de tudo que conquistei. Talvez sugerisse que buscasse mais preparo do que eu tenho hoje.

Qual o desafio das faculdades de jornalismo hoje?

Preparar pessoas para o mercado de trabalho. Já era o desafio no meu tempo de faculdade. É preciso avançar. A teoria é importante, mas a comunicação muda cada vez mais rápido. O que era o certo há três anos, hoje não é mais. E vai ser diferente em breve.

"A teoria é importante, mas a

comunicação muda cada vez

mais rápido. O que era o certo há

três anos, hoje não é mais."

O melhor da profissão:

Poder conhecer lugares, pessoas, viver experiências que dificilmente eu viveria em outra profissão. O que fica são essas coisas.

O pior da profissão:

A falta de compreensão de quem acha que jornalismo é bajulação e não aceita a crítica. Nesse mundo extremista de hoje, ser analista é um desafio cada vez maior.

Quem são os teus ídolos no jornalismo?

Juca Kfouri e Lucas Mendes. São os ídolos da minha geração, os caras que eu queria ser quando era mais jovem.

Qual a melhor reportagem?

Aquela que conta uma boa história. O fato é nossa busca diária, mas quando você tem boas histórias, fica melhor ainda.

O que não pode faltar na mochila de um jornalista?

Hoje, o carregador do celular.

O melhor amigo do jornalista é…

A verdade. Sempre.

O jornalismo vai acabar?

Nunca. Na era dos extremos, é preciso ter uma filtragem, uma curadoria, um caminho para quem quer saber o que está acontecendo fora de sua bolha. E será esse o caminho do jornalismo a partir de agora.

Por que o jornalismo importa?

Porque temos o dever ético de buscar a verdade. Óbvio que erramos, óbvio que não somos perfeitos. Mas se tivermos sempre o objetivo expresso de buscar a verdade, estamos no caminho.

"Se tivermos sempre o objetivo

expresso de buscar a verdade,

estamos no caminho."

Lugar de jornalista é…

Trabalhando, na redação ou na rua.

Se não fosse jornalista seria…

Seria um cara bem frustrado.

Um recado para os futuros jornalistas:

Não desistam. O mercado é cada vez menor, a profissão é cada vez mais alvo de ataques e ameaças, mas é um ofício nobre e fundamental no exercício democrático. Imprensa livre é garantia de que os extremos não vão forçar um pensamento único. E leiam, leiam sempre, leiam mais, não deixem de ler. O jornalismo precisa de bons textos, e só escreve bem quem lê bastante.

Foto: Tom Neves/Bruno Ludke.

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