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Sem o jornalismo seríamos alienados da realidade, afirma Dirk Lopes

Profissional referência no meio jornalístico paranaense, Dirk Lopes da Silva tem uma carreira consolidada. Em 28 anos de experiência passou por diversos veículos de comunicação e carrega uma vasta bagagem de conhecimento. Boa parte de sua vida profissional foi na Rede Paranaense de Comunicação (RPC), onde fez parte da equipe que cobre a Operação Lava-Jato. Em 2014 trabalhou como produtor na Copa do Mundo, e depois como editor no programa Fantástico, da Rede Globo.

Como toda criança, Dirk sonhou com várias profissões. Mas poder ter exclusividade nas informações e atuar como um investigador foram os motivos que o levou a escolher jornalismo. Repleto de ideais, Dirk acredita veementemente que sua função pode transformar vidas, ajudar a sociedade e mudar o mundo. Para ele, um bom profissional é aquele que se prepara, que busca a melhor informação através da leitura e do estudo.

Seus conhecimentos e experiências estão compartilhados na série Fala, jornalista! Em entrevista à Agência Mediação, o jornalista conta até onde acredita que a tecnologia pode ajudar e atrapalhar um estudante. A série Fala, Jornalista! é publicada quinzenalmente aqui no Mediação.

crédito: Alep

Por que o jornalismo?

O Jornalismo é uma profissão apaixonante. Com seu trabalho, você pode realmente transformar a sociedade, ajudar as pessoas, salvar vidas, melhorar o mundo ao seu redor, fazer a diferença na vida da população com a informação.

Antes e depois do jornalismo: como a profissão te transformou?

Sou uma pessoa muito diferente do Estudante que entrou na faculdade de Jornalismo um dia antes de completar 16 anos. Após 28 de profissão, vejo que tive uma trajetória de realizações. Fiz aquelas coisas que respondi na primeira pergunta.

Qual o conselho você daria ao Dirk estudante de jornalismo?

Dirk. Prepare-se ao extremo. Leia muito. Como em qualquer profissão, os melhores são os mais preparados, os que estudam mais sobre a legislação, os que são mais curiosos e fuçam mais, os corajosos que querem descobrir, os destemidos. Com preparo, sua pauta não vai cair. Porque você terá certeza do que está fazendo.

Qual o desafio das faculdades de jornalismo hoje?

Há 30 anos, a formação cultural, ética e filosófica era sólida e os equipamentos escassos. Agora, a tecnologia das faculdades são boas, equipamentos modernos, mas a formação teórica deixa a desejar. Muitos estudantes chegam ao mercado de trabalho com uma noção rasa do funcionamento da estrutura da sociedade.

"Como em qualquer profissão,

os melhores são os mais preparados,

os que estudam"

O melhor da profissão:

Descobrir o que ninguém sabia. O selo de “exclusivo” no ar. O “furo” da notícia. Chegar antes. Saber antes. Revelar. Fazer acontecer.

O pior da profissão:

Os salários estão sendo achatados e não remuneram adequadamente os bons profissionais. Quantos livros você leu, quantos filmes você viu? Quanto você estudou, para ganhar o que você ganha?

Quem são os teus ídolos no jornalismo?

Juca Kfouri, José Wille, Gladimir Nascimento, Sandro Dalpícolo, James Alberti, Eduardo Faustini, Sônia Bridi, Ernesto Paglia, Sandra Annemberg, Ricardo Boechat e Douglas Santucci.

Qual a melhor reportagem?

A exclusiva. Fiz muitas. Uma delas, em 1999, mandei a equipe de reportagem numa várzea onde trabalhadores limpavam o vazamento da Refinaria Presidente Vargas, da Petrobras em Araucária. Matéria da repórter Dulcinéia Novaes, apresentada pelo William Bonner, abrindo o JN: “Exclusivo. Nossos repórteres mostram o local que a Petrobras não quer mostrar! ”.

"Para denunciar injustiças e

levar conhecimento à população"

O que não pode faltar na mochila de um jornalista?

Canetas, blocos de notas, agenda, carregador de bateria, carregador portátil, cabos, celular.

O melhor amigo do jornalista é…

A fonte. Preserve-a. Nunca as revele.

O jornalismo vai acabar?

Não. Ele está sendo reinventado. Eu iniciei com máquinas de escrever. Vieram os computadores, cada vez mais modernos. A internet. Os celulares. E agora as mídias sociais tomando a importância das emissoras de TVs.

Por que o jornalismo importa?

Porque é imprescindível para uma sociedade democrática, livre, plural. Para denunciar injustiças e levar conhecimento à população.

Lugar de jornalista é…

Na redação, na rua, no ônibus, no carro, na estrada, no campo, na praia, montanha, no estádio de futebol, no cinema, no bar, em qualquer lugar tem notícia.

"A nossa profissão é uma

das mais importantes"

Se não fosse jornalista seria…

Arquiteto, piloto de avião, jogador de futebol, astronauta... tive muitos sonhos de infância e o Jornalismo era um deles.

Um recado para os futuros jornalistas:

Não desistam. As coisas não andam fáceis no Brasil e no mundo. Mas a nossa profissão é uma das mais importantes. Sem o Jornalismo, viveríamos num Estado ditatorial, teocrático, absolutista e seríamos cidadãos alienados da realidade.

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