Graduada em jornalismo há dez anos e correspondente da Folha de S.Paulo no Paraná, Katna Baran escolheu o jornalismo após perceber que poderia unir sua paixão pela leitura de jornais com o gosto pela escrita. Especializada em Sociologia Política, Katna encontro o cenário político um campo para atuar no jornalismo. É neste ramo especializado que ela cobriu grandes pautas em jornais como O Estado de S.Paulo e Gazeta do Povo. Com a experiência na cobertura de política e do poder judiciário, noticiou grandes eventos como a Operação Lava Jato.
Idealista, a repórter se define como sonhadora, e diz que quando adolescente desejava um mundo melhor para todos. Como todo jornalista, Katna gosta de sempre se manter atualizada, e acredita que essa seja uma das grandes vantagens de trabalhar na área do Jornalismo. E é essa grande experiência com o jornalismo político que ela divide na série de entrevistas Fala jornalista!, publicada quinzenalmente aqui no portal da Agência Mediação.
Por que o jornalismo?
Não tem uma resposta pronta para isso. Sempre gostei de ler, e ler jornal. Isso ficou mais evidente no ensino médio, quando ganhei um concurso de redação e percebi que sabia escrever bem. Gostava de escrever, mas aí percebi que poderia trabalhar e me satisfazer com isso. Também sempre fui muito sonhadora, querendo um mundo melhor para as pessoas. É utópico (depois de anos de profissão você percebe isso), mas contou muito na escolha lá no início.
Antes e depois do jornalismo: como a profissão te transformou?
O que sinto de mais prazeroso é aprender de tudo um pouco e estar sempre atualizada. Sempre que alguém vem me contar uma notícia, eu já sei – e às vezes sei até o desenrolar –, dificilmente passa despercebido. Desde o início atuei mais em política e judiciário, por isso leio e estudo muito sobre essas áreas. Gosto de entender a fundo por que e como as coisas funcionam. Mas a curiosidade sempre está presente e fazendo matérias de outras áreas me mantenho atualizada de (quase) tudo. Acho que tudo que aprendi eu devo ao jornalismo. Sei como se criam lhamas e o passo a passo de um processo de impeachment.
"Gosto de entender a fundo por que
e como as coisas funcionam"
Qual o conselho você daria a Katna estudante de jornalismo?
Leia. Estude. Se atualize, sempre.
Qual o desafio das faculdades de jornalismo hoje?
O desafio de todo o jornalismo é combater as fake news. Hoje todo mundo é produtor de informação. Então há que se pensar em novas formas de atrair o público para combater o mau jornalismo (se é que isso é jornalismo).
O melhor da profissão:
Informar.
O pior da profissão:
Pré-julgamento. Seja seu para o próximo, seja do próximo para si.
"O texto demorou (muito!) para sair.
Reescrevi várias vezes.
Acho que é por isso que gosto."
Quem são os teus ídolos no jornalismo?
Ricardo Boechat e Monica Bergamo.
Qual a melhor reportagem?
Todo dia eu gosto mais de uma. Aprecio muito de cobrir política e judiciário, então qualquer nota que renda eu gosto. Mas, as pautas mais trabalhadas sempre rendem mais. Como um perfil que fiz da (atual) deputada Christiane Yared para uma série da Gazeta do Povo. Sofri muito para fazer. Participei da rotina dela, chorei nas reuniões do NAVI [Núcleo de Apoio à Vítima de Trânsito e o texto demorou (muito!) para sair. Reescrevi várias vezes. Acho que é por isso que gosto.
O que não pode faltar na mochila de um jornalista?
Caneta, porque guardanapo pode virar bloquinho.
O melhor amigo do jornalista é…
O ouvido.
O jornalismo vai acabar?
Nunca.
Por que o jornalismo importa?
Porque é a única forma de investigar e combater desmandos, roubos, visões distorcidas de mundo. Pessoas bem informadas são pessoas melhores. O jornalismo também faz esse papel.
"Façam seu trabalho com ética,
o máximo de imparcialidade"
Lugar de jornalista é…
Na rua e na redação (é horrível ter que trabalhar sozinha, sem opiniões de colegas para ajudar naquele lide, acredite).
Se não fosse jornalista seria…
Não seria nada, haha.
Um recado para os futuros jornalistas:
Façam notícia, não virem notícia. Isso quer dizer: façam seu trabalho com ética, o máximo de imparcialidade (que, sabemos, não é plenamente possível) e humildade. Só virem notícia no obituário, nunca antes. A notícia sempre tem que prevalecer ao jornalista.