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Apuração e checagem têm pesado na formação de novos jornalistas

"O Jornalismo abriu meus olhos para realidades que eu nem sabia que existiam. Ele torna as pessoas mais humanas", é o que afirma a jornalista Daniela Borsuk. Graduada em 2017 pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR), Daniela atualmente repórter da Rede Massa. Para o portal de notícias do grupo, a jornalista escreve materiais de variadas editorias, desde as hard news, que são as notícias "quentes", até reportagens especiais.

A produção de Daniela não para por aí. Além de atuar na Rede Massa, a jovem jornalista mantem um canal no Youtube chamado “Não Sei, Tô Loka”, junto com a colega e também jornalista, Grasi Farias. No canal elas publicam vídeos sobre variedades, debate sobre assuntos do momento, comportamento e entrevista com especialistas sobre atualidades.

Daniela é a oitava personalidade do jornalismo da série Fala Jornalista!. Já participaram das entrevistas, publicadas quinzenalmente no portal da Agência Mediação, grandes nomes do jornalismo paranaense como Amanda Audi, Daiane Andrade e Wilson Soler.

Daniela chegou na Rede Massa como estagiária e atualmente é repórter efetiva do grupo. Crédito: acervo pessoal.

Por que o jornalismo?

Sempre gostei de conversar, de conhecer pessoas, de ouvir o que amigos e familiares me contavam sobre suas vidas, fossem conquistas ou desabafos. Assim que aprendi a ler, consumia livros para absorver tudo o que pudesse aprender com personagens que eram tão diferentes de mim. E assim fui crescendo. No momento de escolher qual graduação cursar, até pensei em fazer Direito. Mas o amor pelas histórias e pelo poder transformador da escrita e da comunicação acabou vencendo. Para mim, foi a escolha certa.

"Mas o amor pelas histórias e pelo poder

transformador da escrita e

da comunicação, acabou vencendo".

Antes e depois do jornalismo: como a profissão te transformou?

O Jornalismo não apenas me transformou, como ele segue me transformando todos os dias. Ainda durante a faculdade, o curso me proporcionou encontrar pessoas que eu nunca conheceria se tivesse optado por outra profissão, me abriu os olhos para realidades que eu nem sabia que existiam. O Jornalismo torna as pessoas mais humanas. Ele faz com que eu preste atenção naquilo que acontece ao meu redor de forma ativa, me ensinou que todas as pessoas têm algo a contar e que cada história tem várias versões de um mesmo fato. O Jornalismo me mostrou também que as coisas não são justas às vezes e que não dá para abraçar o mundo, mas que a sensação de dar voz a quem estava “invisível” faz valer a pena.

Qual o conselho você daria à Daniela estudante de jornalismo?

“Aproveite melhor as atividades fora das salas de aula!”. Os produtos de laboratório das universidades, sejam para rádio, televisão ou internet, são um bom suporte para ter noção de como funciona o mercado de trabalho na prática. Estas experiências dão mais confiança na hora de buscar o primeiro emprego na área, já que o estudante fica mais familiarizado com a rotina que envolve cada produto. Se eu fizesse minha graduação agora, teria participado de mais projetos experimentais durante o curso.

Qual o desafio das faculdades de jornalismo hoje?

Ensinar o estudante a ser jornalista quando a própria profissão está passando por uma fase de adaptação. Há tempos se fala sobre a mudança que a internet está causando no Jornalismo e na forma como a sociedade consome as notícias. Nas últimas eleições, deu-se destaque para as “fake news” e se pôde ver, mais do que nunca, a importância da apuração, da checagem dos fatos, para que os profissionais recém-formados tenham o compromisso com a ética e a credibilidade para que o Jornalismo continue cumprindo seu papel social. Junto com isso, as faculdades têm ainda o desafio de incentivar os estudantes a pensar na produção de conteúdo de forma inovadora, interessante, atentos a como usar as plataformas online da melhor forma para desempenhar a profissão.

O melhor da profissão:

Aquilo que está intrínseco no Jornalismo: conhecer histórias e pessoas. A melhor sensação ao desempenhar a profissão é emocionar o público através das palavras, conseguir comunicar o outro e dar a devida importância àquilo que precisa ser contado. Informar para transformar.

"A melhor sensação ao desempenhar

a profissão é emocionar o

público através das palavras".

O pior da profissão:

A frustração. Às vezes, o jornalista fica de mãos atadas. Nossa forma de ajudar é através das palavras, mudamos o mundo pela comunicação. Mas têm casos que não é o suficiente e temos que lidar com a sensação de impotência.

Quem são os teus ídolos no jornalismo?

Eu diria que o maior é o Caco Barcellos. Por toda a sua trajetória, por se empenhar em fazer o bom jornalismo e influenciar estudantes e recém-formados a continuar o trabalho de forma humana e sensível.

Qual a melhor reportagem que você já fez ou produziu?

Eu me orgulho muito de uma matéria especial que escrevi sobre os 50 anos do Balé do Teatro Guaíra, já que tenho um amor pela dança tão forte quanto pelo Jornalismo. Conseguir unir essas duas paixões foi como colocar minha alma no texto.

O que não pode faltar na mochila de um jornalista?

Com certeza celular, carregador, bloco de notas, caneta e fones de ouvido.

O melhor amigo do jornalista é...

São as fontes. O Jornalismo é feito de pessoas, sem as fontes não existe reportagem.

O jornalismo vai acabar?

Não. Ele está mudando e acredito que ainda vai se transformar muito. Mas a essência da comunicação e, consequentemente, do Jornalismo, de apurar, informar e interpretar, permanecem.

Por que o jornalismo importa?

Tanto para o profissional, quanto para o público, o Jornalismo nos lembra, diariamente, de que existem pessoas muito diferentes de nós fora de nossas bolhas e círculos sociais. Conhecer e contar histórias reais é um convite para a empatia, para entender o outro e, com isso, amenizar julgamentos e preconceitos. O jornalismo torna acessível o conhecimento especializado sobre coisas que impactam diretamente na vida do público. Ele instiga a saber mais, a buscar informação e entender a importância de cada um na sociedade.

"Conhecer e contar histórias

reais é um convite para a empatia".

Lugar de jornalista é...

Onde tiver algo a ser contado. Seja na rua, na redação, em agências ou trabalhando de casa. A tecnologia e a atualidade permitem que se faça jornalismo de onde o profissional estiver. O que importa é o conteúdo.

Se não fosse jornalista seria...

Advogada, atriz ou psicóloga.

Um recado para os futuros jornalistas:

Aproveitem a experiência da faculdade, conheçam pessoas, estejam sempre abertos para ouvir sem julgar e se permitam duvidar daquilo que sempre acharam que era o certo. Questionem suas próprias verdades!

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