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O jornalismo é fundamental para uma sociedade democrática, diz Rogério Galindo

"Muda a forma, a plataforma, muda tudo. Mas os princípios do jornalismo, não. Isso existe por um bom motivo, as pessoas precisam se informar sobre o mundo à sua volta", é o que defende o jornalista Rogério Galindo ao ser questionado sobre o futuro do jornalismo.

Jornalista de grande destaque no cenário politico, é formado em jornalismo, mestre e doutorando em Filosofia pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), e é ganhador de um prêmio Esso. Galindo é o terceiro entrevistado da serie Fala Jornalista! publicada quinzenalmente no portal Mediação, sempre com a opinião, dicas e "desabafos" de grandes nomes do jornalismo.

Um dos fundadores de uma das iniciativas de maior relevo no cenário alternativo do jornalismo paranaense, o site Plural.jor, Galindo colaborou como jornalista, editor e colunista em diversos veículos da capital, como a Gazeta do Povo. Em conversa com à agência Mediação ele falou sobre suas impressões no jornalismo.

Por que o jornalismo? Você tem que fazer algo que saiba fazer razoavelmente bem, que te deixe feliz e que seja útil. O jornalismo foi onde achei as três coisas. Acho que o jornalismo é fundamental para uma sociedade democrática, e por mais que a contribuição de cada um seja sempre pequena, na soma isso faz uma imensa diferença.

Acho que o jornalismo é fundamental para

uma sociedade democrática, e por mais que a

contribuição de cada um seja sempre pequena,

na soma isso faz uma imensa diferença

Antes e depois do jornalismo: como a profissão te transformou? Acho que todo mundo fica necessariamente mais politizado com o jornalismo, mais atento aos dramas alheios. Aumenta a tua capacidade de se colocar no lugar dos outros. Cria casca para saber que as pessoas nem sempre têm boas intenções. E pode te deixar cínico. Ainda não aconteceu comigo.

Qual o conselho você daria ao Rogério estudante de jornalismo? Se especialize.

Aumenta a tua capacidade de se colocar

no lugar dos outros. Cria casca para saber

que as pessoas nem sempre têm boas

intenções. E pode te deixar cínico

Qual o desafio das faculdades de jornalismo hoje? Dar ferramentas para que se possa analisar o mundo em suas complexidades. Isso passa por duas coisas: retomar o ensino clássico, de disciplinas das humanidades, principalmente, dando uma atenção especial à filosofia, à psicologia, à sociologia, à ciência política; e ao mesmo tempo dar ferramentas técnicas de produção de reportagem, como uso de dados, conhecimento de informática. Vejo muita gincana e pouca reverência pelo humanismo nas faculdades, acho uma pena.

O melhor da profissão: Conhecer gente, falar de gente, poder ser útil.

O pior da profissão: A falta de reconhecimento, inclusive financeiro.

Quem são os teus ídolos no jornalismo? Elio Gaspari, José Carlos Fernandes, Rosiane Correia de Freitas.

Qual a melhor reportagem? Que eu já li? Talvez a série de livros do Gaspari sobre a ditadura, não sei.

O que não pode faltar na mochila de um jornalista? Livros.

O melhor amigo do jornalista é... um livro.

Muda a forma, a plataforma, muda tudo.

Mas os princípios do jornalismo, não.

Isso existe por um bom motivo, as

pessoas precisam se informar

sobre o mundo à sua volta.

O jornalismo vai acabar? Nunca. Muda a forma, a plataforma, muda tudo. Mas os princípios do jornalismo, não. Isso existe por um bom motivo, as pessoas precisam se informar sobre o mundo à sua volta.

Por que o jornalismo importa? Pelo debate público, para aprofundar o conhecimento que as pessoas têm sobre sua sociedade.

Lugar de jornalista é... na biblioteca.

Se não fosse jornalista seria... tradutor.

Um recado para os futuros jornalistas: Leiam, se especializem e tentem de todo coração entender as pessoas.

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